De modo geral, o potencial genético paraprodução de leite do gado nativo dos trópicos é baixo. Por isso, criadores de países tropicais têm importado animais de raças europeias, selecionadas em condições de clima temperado, especializadas em produção de leite, visando melhorar geneticamente ou substituir o gado local e com isso atender a demanda. O desempenho do gado importado tem sido muito variável. Os animais têm potencial, mas a sua produção e sobrevivência dependem de inúmeros fatores, um dos quais é o nível de estresse provocado pelo meio ambiente.Sistemas utilizando gado europeu puro especializado podem apresentar bom desempenho em determinadas regiões tropicais. Contudo, os animais são mais exigentes em manejo, principalmente em quesitos como alimentação e cuidados sanitários. Desde que isso seja satisfatório e econômico, pode ser viável e recomendável a utilização de sistemas de produção com gado europeu especializado para produzir leite.
O cruzamento, que gera animais meio sangue, tem sido amplamente utilizado como método para melhorar o desempenho geral, econômico, produtivo, reprodutivo e adaptativo em ambientes tropicais e subtropicais. Uma das finalidades da sua utilização é reunir em um só animal as características desejáveis de duas ou mais raças, como a rusticidade das raças zebuínas ou nativas, e o maior potencial de produção das raças europeias, consideradas exóticas.
O curso “Vacas Meio Sangue para Produção de Leite”, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas, mostra detalhadamente como implantar esse sistema inovador, que utiliza animais meio sangue. A coordenação técnica do curso ficou a cargo do Dr. Rui da Silva Verneque, especialista em genética e melhoramento e Dr. José Henrique Bruschi, especialista em reprodução, ambos pesquisadores da Embrapa Gado de Leite.
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